Dia cinco de novembro. Preciso falar que esse é o dia que
começo a escrever este artigo. E há exatos 36 dias que não fico um único dia
sem escrever. Pois é, esse artigo é sobre o desafio (às vezes imenso e
infinito) de escrever todos os dias.
Acredito que escrevi antes desses trinta e seis dias,
provavelmente rascunhos e rasuras, mas não importa. Conto esses dias por dois
motivos: o desafio de outubro do Nyah! Fanfiction e o NanoWriMo. Mas o que é
isso? Vou explanar por partes. Primeiro, o desafio de outubro, pela sequência
cronológica.
O Nyah! Fanfiction desafiou seus escritores diversas vezes
durante o ano, contudo, no último desafio repetiu algo que já tinha feito
antes. A proposta dos escritores escreverem TODOS os dias. Ah... Mas dessa vez
não era apenas escrever todos os dias. Era escrever EXATAMENTE cem palavras —
ou duzentas a partir do vigésimo dia —. Confesso que minha primeira reação foi “mas
o que dá pra falar em cem palavras? É tão pouco.”
Ainda assim, meti minha cara
a tapa, me desdobrei entre a volta das aulas e o chacoalhar do ônibus para
postar 29 mini contos. Agora, para aqueles que fizeram as contas devem se
perguntar: mas outubro não tem 31 dias? Pois bem. O desafio começou apenas no
dia dois de outubro e o dia 27/10 (acredito eu) não consegui chegar a tempo de
postar a história no site. Sabe como é, né? Horário de verão, o meu dia ia até meia noite, o do site até as 23h. Não entendeu? Nem eu entendo esse horário, mas não vem ao caso. A questão é que todos os dias rabisquei palavras e sabe qual foi o resultado da
experiência?
A capacidade de trocar frases, reelaborar sentenças.
Aprender, com árduos sacrifícios, que MENOS é MAIS. O desafio acabou, não
falarei dos números ou do retorno, apenas das histórias maravilhosas que tive o
prazer de esbarrar e que ainda me permitirei ler com calma. Entre trancos e
barrancos, concluí meu projeto. E amei cada dia, apesar de me sentir perdida
com as palavras e algumas escolhas. Mas isto são outros quinhentos.
Um dos meus mini-contos. Palavra do dia 02/10: Semota.
Quanto ao NanoWriMo, não é a primeira vez que leio sobre,
nem que vejo os anúncios de autores participando, mas é a primeira vez que
decido, independente das provas da faculdade, da loucura dos dias corridos, da
vida sempre te cobrando mais e mais, participar. O Nano sempre cai no mês do
meu aniversário (novembro) e isso também é uma dificuldade. Significa um dia a menos
e, convenhamos, um dia a menos quando se tem apenas 30 dias para cinquenta mil
palavras é muita coisa.
Sim, vocês leram certo. 30 dias para 50 mil palavras. Isso
dá a média de 1667 palavras por dia, o que pode até não parecer muito (ou não)
a primeira vista, mas que quando se começa, não se sabe quando irá alcançar.
Diferente do desafio do Nyah, cuja história devia ser lida e relida até ter
apenas cem palavras, o Nano te faz escrever sem ligar.
Escrever por escrever. Escrever pela ideia, pela sensação
que a história necessita ser posta para fora. Isso é algo que não tem
comparação.
Quantos de nós, autores e autoras, desistimos de uma
história por não julgá-la boa o suficiente? Pela pressão dos pequenos erros,
pela insegurança. As tantas incertezas que permeiam nossa mente durante e após
o processo da escrita.
Nesses cinco primeiros dias do NanoWriMo descobri muita
coisa, algumas que necessitava provar — como boa cabeça dura que sou — para mim
mesma. Outras que desconhecia, não pretendia fazer uma lista ao início do
artigo, mas aí vai o meu primeiro ponto:
Nós nem sempre temos domínio completo do roteiro. E calma!
Deixá-lo fluir também faz parte!
O tempo todo eu li sobre a importância dos roteiros bem
elaborados, das histórias bem delineadas, de todas essas minúncias feitas logo
na primeira escrita. O que aprendo agora é que “nada está bom o suficiente na
primeira vez”. Então, se você está achando ruim sua história, não se desespere!
Nenhum rascunho é bom na primeira vez que é esboçado, nada é tão bom que não
possa ser melhorado.
Relaxe, aproveite o trajeto.
Aqui, já vou mudar o roteiro de novo. Escrevi para esse
artigo pouco mais de setecentas palavras e preciso voltar a minha história. Não posso fazer uma lista mais longa.
Quem sabe, ao fim desta loucura, não coloque uma listinha aqui pela Taverna de
30 coisas que aprendi com o NanoWriMo?
Agora, fica apenas meu desejo de sorte para todos os
participantes. E minha pressa em voltar logo ao trabalho. Uma ideia me chama!
Até mais!